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Foto: Meyriane de Mira/Divulgação |
O cantor e músico pernambucano Marcelo Cavalcante, que integra o grupo Avoada, usou o período conturbado da pandemia para compor canções que agora vão marcar a estreia de seu projeto solo. O single Esparsa é a primeira faixa do EP Inprodutivo, que será lançado como uma espécie de diário da pandemia, e está disponível nas plataformas digitais a partir desta quarta-feira (28).
Inspirado nas cantorias setentistas brasileiros, principalmente do Nordeste, e em sambistas contemporâneos do Sudeste, Marcelo propõe um passeio por gêneros como a MPB, pop barroco, folk e violão brasileiro para discorrer sobre os questionamentos sobre o futuro do país, fruto da pandemia, evidenciando a canção de protesto, como o movimento da "nueva canción latinoamericana".
Durante o período de solidão e crise de relacionamentos familiares, o projeto começou a ganhar forma. Os versos surgiram, se encorparam, ganharam melodias, harmonias e, por fim, fizeram sentido para um projeto de debut. Esparsa é uma crítica ao estado junto à dominação religiosa e negacionista, como também é uma alusão à dispersão causada pela urgência das redes sociais.
"Pelo próprio significado da palavra Esparsa, trago o sentido de tudo tá muito disperso ultimamente, essa música tem um função de despertar do esparso e focar em algo pra sobreviver dentro dessa pandemia, e depois dela", conceituou o artista.
Recifense radicado em Olinda, Marcelo já acompanhou artistas como Mestre Ferruem, Dona Cila do Coco e Dona Glorinha do Coco. Lançou-se em carreira solo, com o frevo Alto do Bonsucesso, que saiu no Carnaval de 2019. Na mesma época, Marcelo montou, junto com Juvenil Silva, Marília Parente e Feiticeiro Julião o grupo Avoada, de música folk regional, com letras que falam do momento atual do país.
Em dezembro de 2019, o músico lançou o compacto O Lobo de seu Ego Infernal, com duas canções e direção musical de Thiago Gadelha, produtor da Toca do Lobo Records. Marcelo também participou do 48°FENAC, em MG, com a música Passeriforme. Ele também gravou na trilha do espetáculo Vento Forte Para Água, Bolha e Sabão, com direção musical de Samuel Lira. Criou o Samba do Carcará, projeto que mistura música brasileira com a temática política.