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OSCAR 2021

Diversidade histórica no Oscar 2021, mas Brasil fica de fora

Publicado em: 16/03/2021 08:25 | Atualizado em: 16/03/2021 09:29

"Nomadland", de Chloé Zhao, pode se consagrar como o favorito e garantir o segundo oscar de Melhor Direção para uma mulher (Foto: Divulgação)
"Nomadland", de Chloé Zhao, pode se consagrar como o favorito e garantir o segundo oscar de Melhor Direção para uma mulher (Foto: Divulgação)

Na manhã desta segunda-feira (15), foi divulgada a lista de indicados ao Oscar 2021, a maior premiação do cinema hollywoodiano. Devido à pandemia, a 93ª edição do prêmio, que normalmente acontece na segunda quinzena de fevereiro, foi adiada para o dia 25 de abril, contemplando o maior período elegível para filmes de sua história. Com a dificuldade de estreias causada pelo fechamento temporário dos cinemas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood modificou regras e decidiu aceitar as inscrições de filmes que foram transmitidos somente pela internet, sendo antigamente obrigatória a exibição das obras em cinemas de Los Angeles. Sem essa restrição, a premiação beneficiou ainda mais a hegemonia de indicações para os serviços de streaming como Netflix, que concorre por 35 estatuetas.

 

O filme “Mank”, do diretor David Fincher, novamente é o recordista de indicações, concorrendo em 10 categorias, porém, se a tendência de outras premiações continuar, é provável que saia como grande azarão da noite. A obra foi a mais indicada no Globo de Ouro, mas saiu de mãos abanando, assim como foi vitoriosa em apenas uma categoria das 12 que concorreu no Critics Choice Awards. Por outro lado, a surpresa vai para o grande empate de segundo mais votado, são eles: “Nomadland”, “Os 7 de Chicago”, “Meu Pai”, “Judas e o Messias Negro”, “Minari” e “O Som do Silêncio”; todos com seis indicações cada. Juntam-se a eles “Mank” e “Bela Vingança” para concorrer ao prêmio de Melhor Filme. Por enquanto, o favoritismo fica com “Nomadland”, da Chloé Zhao, que foi agraciado com o Leão de Ouro em Veneza e os prêmios de melhor filme no Globo de Ouro e no Critics Choice Awards. Tudo depende de como os filmes vão performar nos prêmios dos sindicatos, como PGA, DGA e SAG, que são alguns dos maiores indicadores para o Oscar.

 

Pela primeira vez em mais de 90 anos de premiação, duas mulheres concorrem ao prêmio de Melhor Direção. A relativamente novata Chloé Zhao (“Nomadland”) ou a também atriz Emerald Fennell (“Bela Vingança”) podem entrar na história como a segunda mulher a ganhar nessa categoria, levando a estatueta em cima de nomes consolidados como o de David Fincher. Já nos prêmios de atuação, a veterana Viola Davis e a novata Andra Day recebem os holofotes por interpretarem figuras femininas importantes da música negra americana, respectivamente a Ma Rainey em “A Voz Suprema do Blues” e Billie Holiday em “Estados Unidos vs Billie Holliday”. Do lado dos atores, essa edição contou com vários marcos na diversidade. Steven Yeun (“Minari”) é o primeiro americano descendente de asiáticos a ser indicado na categoria, já Riz Ahmed (“O Som do Silêncio”) é o primeiro muçulmano a concorrer. Os dois vão ter que disputar com a comoção em cima da indicação póstuma para o ator Chadwick Boseman, que faleceu de câncer em agosto do ano passado e agora pode receber a estatueta pelo papel do trompetista Levee Green em “A Voz Suprema do Blues”, seu último trabalho realizado.

 

No mundo das animações, a Pixar sempre costuma manter o favoritismo, o que não é diferente agora com o seu mais novo sucesso, “Soul”. A obra de ensinamentos existencialistas para crianças é dirigida por Pete Docter, que já levou o Oscar com as animações “Up - Altas Aventuras” e “Divertida Mente”. Contudo, a animação irlandesa independente “Wolfwalkers” desponta como maior ameaça ao domínio da Pixar. A animação já ganhou o Satellite Awards e o Prêmio New York Film Critics Circle de Melhor Animação, isso com um orçamento de cerca de 1% da média dos filmes da concorrente.

 

Brasil esquecido no Oscar?

O Oscar infelizmente não contará com nenhuma produção brasileira concorrendo neste ano. Apesar de ter sido lançado em 2019 no Brasil, o premiadíssimo “Bacurau”, dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, chegou aos cinemas norte-americanos somente em março de 2020 e estaria elegível para a premiação. Contudo, pelos direitos de lançamento nos Estados Unidos estarem sendo administrados por uma distribuidora americana, a Kino Lorber, “Bacurau” poderia concorrer em todas as categorias menos na de Melhor Filme Internacional, a qual disputa atualmente no Spirit Awards, por exemplo. Já o filme escolhido como nosso representante nacional para a seleção foi o documentário “Babenco - Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou”, de Bárbara Paz, mas que infelizmente não alcançou a lista de pré-indicados na categoria de filme estrangeiro nem na de Melhor Documentário.

 

A expectativa dos organizadores é que a cerimônia ocorra presencialmente, porém com transmissão ao vivo de diversos locais, incluindo o Dolby Theater, que hospeda a festa tradicionalmente. Confira a lista de indicados nas principais categorias do Oscar 2021:

 

Melhor filme

"Meu pai"

'"Judas e o messias negro"

"Mank"

"Minari"

"Nomadland"

"Bela vingança"

"O som do silêncio"

"Os 7 de Chicago"

 

Melhor atriz

Viola Davis - "A voz suprema do blues"

Andra Day - "Estados Unidos Vs Billie Holiday"

Vanessa Kirby - "Pieces of a woman"

Frances McDormand - "Nomadland"

Carey Mulligan - "Bela vingança"

 

Melhor ator

Riz Ahmed - "O som do silêncio"

Chadwick Boseman - "A voz suprema do blues"

Anthony Hopkins - "Meu pai"

Gary Oldman - "Mank"

Steven Yeun - "Minari"

 

Melhor direção

Thomas Vinterberg - "Druk - Mais uma rodada"

David Fincher - "Mank"

Lee Isaac Chung - "Minari"

Chloé Zhao - "Nomadland"

Emerald Fennell - "Bela vingança"

 

Melhor atriz coadjuvante

Maria Bakalova - "Borat: fita de cinema seguinte"

Glenn Close - "Era uma vez um sonho"

Olivia Colman - "Meu pai"

Amanda Seyfried - "Mank"

Yuh-Jung Youn - "Minari"

 

Melhor ator coadjuvante

Sacha Baron Cohen - "Os 7 de Chicago"

Daniel Kaluuya - "Judas e o messias negro"

Leslie Odom Jr. - "Uma noite em Miami"

Paul Raci - "O som do silêncio"

Lakeith Stanfield - "Judas e o messias negro"

 

Melhor filme internacional

"Druk - Mais uma rodada" (Dinamarca)

"Shaonian de ni" (Hong Kong)

"Collective" (Romênia)

"O homem que vendeu sua pele" (Tunísia)

"Quo vadis, Aida?" (Bósnia e Herzegovina)

 

Melhor animação

"Dois irmãos: Uma jornada fantástica"

"A caminho da lua"

"Shaun, o Carneiro: O Filme - A fazenda contra-ataca"

"Soul"

"Wolfwalkers"

 

Melhor documentário

"Collective"

"Crip camp"

"The mole agent"

"My octopus teacher"

"Time"

 

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