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MÚSICA

Eliza Mell aposta na carreira solo e grava DVD comemorativo: 'O mercado mudou'

Publicado em: 17/12/2020 12:46 | Atualizado em: 17/12/2020 19:45

 (Foto: Felipe Souto Maior/Divulgação)
Foto: Felipe Souto Maior/Divulgação


Já faz 20 anos que Eliza Mell entrou em estúdio para gravar Ânsia, composição de Esdras Azevedo que foi sua porta de entrada para o brega. Na voz da recifense, então integrante da Banda Brega.com, a canção se tornou um clássico do gênero e ainda embala o cotidiano de muitos. Nesta quinta-feira (17), Eliza comemora as duas décadas de carreira com a gravação de um DVD, com restrição apenas para a produção e com lançamento em 24 de dezembro. Após a filmagem, ela fará uma live para antecipar um pouco do repertório do projeto, composto por sucessos da Brega.com, canções ainda menos conhecidas de sua carreira solo, faixa inédita e até um cover de Whitney Houston, a sua principal inspiração.

"Muita gente até diz: tem muito tempo de carreira, mas sumiu. Realmente, pois as coisas mudaram e passamos por muita coisa. Paramos e subimos por conta do mercado. O mercado mudou", diz Eliza Mell, 42, em entrevista ao Diario de Pernambuco por telefone. Após a popularidade alcançada nos projetos Amigas do Brega e As Comandantes, a cantora agora está iniciando uma nova fase solo. Nesta semana, ela entrou para a D&D, produtora de nomes como Banda Sentimentos, MC Tocha e Barão. Ela ainda revela que vem recebendo músicas do próprio Esdras Azevedo e de Elvis Pires, um dos maiores compositores do brega em Pernambuco. (Continua após o vídeo)


A história de Eliza Mell com a música começa, na verdade, em um coral da Assembleia de Deus. "Eu sei abrir a voz desde os 5 anos. O coral foi uma escola. Também tive aulas de piano e violino. Antes da Brega.com, eu gostava de música alternativa, fui até rockeira. Escutava O Rappa, que estava estouradíssimo, e Charlie Brown Jr. Também tinha as minhas divas: Whitney Houston e Mariah Carey. Nunca imaginei o brega na minha vida", diz, relembrando aquele contexto da virada do milênio. "Entrei na banda a convite do empresário na época, Washington. Me apaixonei pelo brega."

Eliza Mell deixou a Brega.com em 2002, antes do carnaval daquele ano. Foi um período relativamente curto, mas cheio de sucessos: Me Deliciar, Orvalho, Amor Eterno, Garota de Programa e Cartas Suas, além de Ânsia. Apesar dos hits, a cantora passou um período longe dos palcos, gravando jingles publicitários para marcas. "Eu fui voltando ao palco devagarinho, algo que só ocorreu de fato quando montei um projeto shows com ajuda de Henrique Barreto, meu amigo. Vendemos as propostas para vários bares, sendo tudo muito simples. Fiz shows em bares de todo o Recife, da Zona Norte a Sul. Depois começamos a entrar em boates, como Metrópole e MKB. Lotava de uma maneira que o povo enlouquecia. Foi um período intenso e de muito aprendizado."

Amigas do Brega e título de "Rainha do Gogó"
 (Foto: Felipe Souto Maior/Divulgação)
Foto: Felipe Souto Maior/Divulgação


A carreira de Mell ganhou um novo fôlego com a criação da banda Amigas do Brega, em 2018. O projeto resgatou canções do brega dos anos 2000, trazendo também as vocalistas Palas Pinho (Banda Ovelha Negra), Dayanne Henrique (ex-Frutos do Amor), Dany Myler (ex-Banda Lolyta) e Eliza, que entrou para substituir Isa Falcão (ex-Banda Espartilho). Foi nesse período que a cantora se transformou em meme ("tem gogó, querida?") após replicar acusações feitas por Michelle Melo durante o programa Tarde legal com Marcos Silva, na TV Nova Nordeste. (Continua após o vídeo)


"Foi quando ganhei alcance na internet. Eu já tinha trabalhos na internet, mas não tinha alcance. Na verdade, nem sabia o que era meme. Eu não tinha nem Twitter. De repente foi isso tudo", diz Eliza. "Claro que o projeto também deu certo porque o brega é muito bonito, estávamos repaginadas, teve aquele primeiro DVD gravado em uma comunidade." No final de 2019, Eliza, Dany e Dayanne saíram da banda para formar o projeto Amigas, que depois mudou de nome para As Comandantes após uma decisão judicial movida por Palas Pinho.

"Mudamos de nome mas o repertório continuaria o mesmo nos shows. Mas aí veio a pandemia e cada uma quis focar em alguma coisa. O futuro ficou muito incerto. Eu comecei a trabalhar em formato solo em setembro, quando os bares voltaram. As meninas preferiram ficar no cantinho delas. A música é muito importante para mim, então meti a cara mesmo. Dentro do grupo não teve problema, eu apenas não queria depender mais de decisões de outras pessoas", confessa Eliza, sobre a decisão de sair do grupo.

No novo DVD, ela quer contar um pouco de sua carreira solo antes das Amigas do Brega. "Vou cantar músicas inéditas que gravei seis anos antes da banda. Também vou interpretar uma música da minha musa e diva inspiradora, Whitney Houston. Tudo o que sou é por conta dela." Mesmo diante do contexto de pandemia, que impossibilita shows, Eliza deve usar das plataformas digitais para surfar nessa nova tendência do brega romântica, catalisada sobretudo pela Banda Sentimentos, com quem Eliza até já até gravou uma parceria: Eternizou. "Vem surpresa por aí com essa galerinha mais jovem. Pernambuco vai amar. Quem é bregueiro, quem ama música boa, vai amar tudo isso que nós estamos preparando." 

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